quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Liberdade religiosa sim... mas e o respeito?

              


Em primeiro lugar gostaria de deixar claro que respeito qualquer tipo de manifestação religiosa e acredito que os diferentes nomes usados para nos dirigirmos a divindade é uma mera questão de semântica.
Sou totalmente "pró" qualquer manifestação pela liberdade de escolha religiosa e contra o preconceito por exercer esse direito. O preconceito existe sim é um fato, não adianta fingirmos que ele não existe por que isso não vai fazer ele sumir, pelo contrário é por fazer vistas grossas e termos a ilusão de que moramos num maravilhoso país livre de qualquer tipo de preconceito que temos templos de umbanda e candomblé vandalizados, pastores chutando santas, entre outras coisas.
Entretanto as pessoas tendem a confundir liberdade com imposição (só pode ser isso) a medida em que na pratica de seu culto obriga outras pessoas a participarem. 

Por  que digo isso? 

Resposta óbvia, moro em frente a uma "igreja evangélica pentecostal" e posso dizer por experiência própria todo dia eu tenho culto no lar, não sei mais o que é ver televisão, ouvir música, ver filme, namorar, enfim fazer qualquer atividade sem ser ao som de "sai demônio", "queima ele senhor", "eu vi um anjo com espada de fogo" entre outras pérolas que infelizmente por total falta de opção sou obrigada a ouvir. 
Ah e acordar tarde no domingo também se torna impossível por que o culto começa as oito e acaba ao meio-dia. Desnecessário dizer que para fazer qualquer coisa da minha religião, a qual eu escolhi exercendo o meu "direito" à "liberdade" de culto só pode ser feito depois do culto da minha "vizinha igreja", ou qualquer outra atividade que necessite de silêncio e concentração.
Claro que uma acústica resolveria o problema, mas o barulho deve ser para converter o maior número possível de fies, pois na minha rua também tem uma Sinagoga e uma casa espírita (ecumênica não), também é desnecessário dizer que ambos os templos citados não fazem o menor barulho durante suas atividades e se fizessem também estariam sendo criticados, só que eles realmente não fazem e a sinagoga só funciona aos sábados pela manhã e nos dias de festas judaicas e ainda sim não faz barulho.
Eles possuem o incrível dom de se comunicar com a Divindade sem gritar isso me fascina.   


Tudo isso só me deixa uma única pergunta onde foi parar minha liberdade de escolha, se sou forçada a participar de um culto que não pertence a minha fé sem sair de casa?
Na verdade eu tenho mais perguntas, mas elas iriam de encontro à afirmativa que fiz no inicio do texto sobre o respeito às outras crenças já que, elas têm um alto teor de ironia. Só me resta esperar o dia da Igreja fechar para poder recuperar minhas manhãs de domingo.



Era tão bom poder acordar domingo ao meio-dia...                    

Um comentário:

Markito disse...

Mandou bem...também tenho esse tipo de problema, principalmente na hora de namorar, é sempre ao som dos cânticos cristãos.